Feira Música Brasil 2010

Divulgação
Equipe Overmundo
3/11/2010 · 1
 

Shows, palestras, painéis, mostras audiovisuais e de tecnologia, encontros de negócios, apresentação de trabalhos, e, claro, muita música. Esta é a agenda para a Feira Música Brasil 2010, evento que ocorre entre 8 e 12 de dezembro em BH. Artistas, produtores culturais e grupos musicais podem fazer sua inscrição para participar da feira por meio do edital FMB 2010 até o próximo dia 5/11 (sexta-feira).

Uma comissão julgadora, formada por treze especialistas do setor musical, avaliará os trabalhos propostos com base em quesitos como originalidade, caráter inovador, adequação dos shows à temática e ao espaço, potencial do artista nos mercados nacional e internacional, e qualidade artística e técnica, entre outros. Em 2009 (em Recife), entre os músicos selecionados estavam: A Trombonada, André Abujamra, Anna Ratto, Aurinha do Coco, Banda Naurêa, China, Cidadão Instigado, Daniel Migliavacca, DJ Dolores, Fabiana Cozza, Fino Coletivo, Josildo Sá, Júpiter Maçã, Kassin, Macaco Bong, Milocovik, Mundo Livre S/A, Murilo da Rós, Nina Becker, Orquestra Contemporânea de Olinda, Paula Morelenbaum, Samba de Rainha, Silvia Machete e Wilson das Neves.

Inscreva seu trabalho e boa sorte!

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Srta.Ro
 

A estância de seu David

Ainda ontem me olhava,
Com semblante encantador.
Tão belo e sábio senhor,
Meu coração conquistava.
Aos poucos lhe questionando,
Respeitando sua história.
Pois sua escassa memória,
Por horas ia se ausentando.


Gentil e sempre educado,
Com ternura e altivez.
Trazia em linhas da tez,
Vivências de seu legado.
A estância é na cidade,
Ampla e ensolarada.
No momento abandonada,
Pela sua enfermidade.

Assustado e sonolento,
Pelejando pra viver.
Vejo o mundo entristecer,
Ao visitar-lhe no leito.
O pavio frágil da visão,
Dia a dia mais sombrio.
E o rancho grande vazio,
Parece sem coração.

Seus pertences mais valiosos.
Repousam em aparadores,
Fotografias de amores,
Seus descendentes preciosos.
Seu David é um judeu,
Aquerenciado no pampa.
Pra voz não morrer na garganta,
Fiz um pedido pra Deus.

Que com toda sua bondade,
Contemplasse minha existência,
Que seu David pra querência.
Devolva a felicidade.
Que nas sagradas manhãs,
Eu possa ouvir seu chamado,
Há dias tenho chorado
Eu apeguei-me a este clã.


Permita patrão celeste,
Tu que é o dono do mundo.
Que os lábios não fiquem mudos,
Imploro em versos e preces.
A graça que eu mais preciso
Que eu possa ver a morada,
Outra vez iluminada,
Eu clamo por um sorriso.

Que seu David volte à estância.
Há grande vazio no catre,
Ate os ajoujos dos mates,
Perderam suas fragrâncias.
Veja minha alma minguando,
Envie anjos pra casa,
E que tragam em suas asas,
O patrão que se ausentando,

Deixou ânsias e aflições,
Deixou-nos meio sem tino
Quase sem rumo e destino
Sangram nossos corações.
Santidade e capataz,
Alivie sofrimentos,
Mesmo sem merecimento.
Quero mais dias iguais.

Quero alaridos e mais,
Ver a alegria voltando,
Com seu David resmungando,
Devolvendo-nos a paz.
Tu sabes patrão quão triste,
São filhos na orfandade
Sem divisão, finidade.
É o vazio maior que existe.




Reguei as plantas agora.
Na agonizante espera,
Neste rancho tão tapera.
Nem o sol brilha lá fora.
O céu todo acinzentado,
Ofusca minha esperança,
Sou tua filha criança.
Não podes ter me deixado,

No momento que encontrei,
Seres com alma de gente,
Que eu fique só novamente,
Por isso a pena deitei.
A uma sangria na escrita,
É o tinteiro de meus dedos,
Revelações de frio e medos,
É o que o poema recita.

11-09-2002

Hoje outra vez a lamparina
Encontra-se em vendaval,
Meu papito no hospital,
E na face desta menina,
Dançam gotas de cristal
A confortante bailarina
Que ofusca brio da retina
Faz meu mundo em temporal.

É dia 18 de novembro
O ano é dois mil e dois
E somos um só coração,
Que pela dor padecendo,
Sentem as forças gemendo,
Sem luzes pra uma visão.

É seu David Sibembergue
Pelejando outra vez,
No semblante a palidez,
Mostra pra quem o enxergue
Que alma de ser humano,
Herdei de pais que ousaram
Que por amor me adotaram
No breve tempo terreno.

Seu Armindo biológico.
O sábio arquiteto meu.
Que em meus braços faleceu,
Hoje conta no relógio,
O instante que seu Davi,
Deixe o Templo seu,
E pra morada de Deus,
Vá com meu pai assistir,
A mais humilde das filhas,
Sangrando as pontas dos dedos,
Minguando entre muitos medos,
Com a palavra da cartilha,
No mais nobre recital.

Ela num palco sozinha,
Na estância grande de Davi
Ajoelhada sem dormir,
Com sua pobre ladainha,
Tornou-se maior que o Céu
Da alma fez um papel,
Onde a paternidade se aninha,
Nos rastros de Reis caminha
No sagrado carrossel
Firme com ares de bruxa
Ergue a Gadu uma prece.
Este que nunca adormece,
Que de mais luz pra esta gaúcha,
E se de agrado e merecer,
Que não deixe falecer,
A raça que Judéia e Alemã
Que construíram este clã,
Pra que ela possa viver.


Srta. Ro


Srta.Ro · Porto Alegre, RS 19/12/2010 14:21
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