"Contra a violência e a banalização da vida". Este é o pensamento que mobilizará o público, em tributo em memória do ator e publicitário Arthur Netto, a partir das 13 horas deste sábado. Ele foi brutalmente espancado em agosto do ano passado, o que resultou em sua morte no mês seguinte, deixando amigos e familiares inconsolados e indignados com a agressão.
De acordo com a irmã dele, Renata Bitelli, trata-se de uma expressão cultural para manifestar a indignação. "É uma maneira de explicar que nada é resolvido se não houver mobilização", contesta. Uma frase que era muito utilizada por Arthur, de Martin Luther King, explica o movimento: "O que me preocupa não é o grito dos maus, é o silêncio dos bons".
Entre os muitos amigos que sentem a falta dele estão os artistas da Região do Alto Tietê, que se concentram para um ato cultural com muita música, dança e teatro no decorrer do dia. São cerca de 50 pessoas envolvidas na organização, desde os protagonistas dos espetáculos, até os admiradores da causa. Desse modo, todos terão a oportunidade de vivenciar, em partes, a paixão de Arthur pela arte, e o que ele representou em vida para a sociedade.
O tributo deve promover uma mescla de manifestações culturais que acontecerão simultaneamente. Em exposição, todos os tipos de produções artÃsticas que Arthur criou, como materiais gráficos, textos e fotos, chamarão a atenção dos olhares mais curiosos. E de maneira interativa, o público vai presenciar intervenções teatrais de temática urbana, com mensagens de não-violência.
A dança também marcará presença no evento, com a participação de Priscila Nicoliche, da Cia. Quântica Teatro Laboratório, e Stella Palocci, na dança do ventre. Nos intervalos, a discotecagem toma conta do som ambiente.
Das presenças confirmadas, estão os músicos de grande repercussão em Mogi, como Rabicho, Meyson, Aline Chiaradia, Carlão, Marcco, Carol Ferraz e Leo, Ney Souza, Daniel Trettel, Regiane Pomares, Juá e Memeu, entre outros. Do teatro, quem também comparece é Cleiton Pereira, que contracenou com Arthur o espetáculo "Fratello" – útima produção da qual o publicitário participou, com a Cia. do Escândalo, que permaneceu em cartaz durante meses na capital paulista.
OUSADIA ERA SUA MARCA
Ator, diretor, professor de teatro e publicitário. Arthur José Netto colecionou e exerceu com excelência essas profissões. Com diversas facetas, ele contagiou e contaminou a classe artÃstica, demonstrando sempre ousadia em suas criações.
A vasta carreira que Arthur tinha pela frente, no entanto, acabou na madrugada de 5 de agosto de 2006, quando, ao sair da casa noturna Divina Comédia, foi agredido, principalmente na cabeça, de forma descomunal e violenta. Isso aconteceu na Rua Antônio Cândido Vieira, atrás da Igreja do Carmo e há poucos metros da sede do 17º Batalhão da PolÃcia Militar e do Largo do Carmo.
Após 41 dias de internação, ele pôde voltar para casa, onde permaneceu durante alguns dias. Ainda sem conseguir falar ou esboçar qualquer reação, o estado de Arthur piorou, o que fez com que fosse levado devolta à Santa Casa de Misericórdia. Lá mesmo, no dia 15 de setembro, ele veio a falecer, “devido a uma omissão de socorro e uma longa espera por atendimento médicoâ€, relatou a irmã da vÃtima, Renata Bitelli. Foi pouco mais de um mês de esperança e sofrimento, por parte do ator e de todos que o conheciam.
O ato de violência não foi explicado e, tampouco, solucionado até hoje. O caso está na Delegacia de HomicÃdios, e a busca pelos autores da agressão continua, porém, em constante sigilo.
A QUEM PASSAR POR AQUI: NÃO VOTEM MAIS, O EVENTO Jà ACONTECEU Hà DOIS DIAS (07/04).
Felipe Obrer · Florianópolis, SC 10/4/2007 11:12Para comentar é preciso estar logado no site. Faça primeiro seu login ou registre-se no Overmundo, e adicione seus comentários em seguida.
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