VI Bienal Internacional de Dança do Ceará - 05-10 a 02-11

de 05/10 a 02/12 · Fortaleza, CE
Marc Coudrais
cena do espetáculo "Tempo 76" da Cia. Mathilde Monnier
1
rodrigo de oliveira · Fortaleza, CE
18/10/2007 · 41 · 2
 

Nesta época contemporânea, tudo habita em tudo, tudo se contagia de tudo. As fronteiras se diluíram, tudo é fora. A diversidade e a pluralidade nas abordagens estéticas apenas refletem a força desses novos fluxos, que acabam propiciando novas formas de organização. Nos perguntamos: como podemos aproveitar tudo isso, para a dança que dançamos, criamos ou pensamos?

Uma resposta possível: favorecendo ao surgimento de uma estratégia para a construção de novas condições de possibilidade, sobretudo no que diz respeito à constituição de processos criativos. Com isso extrapolamos o limite de nossos campos estéticos e experimentamos outras formas de existir. Apostamos no contágio e na vertigem. Aceitamos a desterritorialização como forma de andar e buscamos a potência do encontro: o que surge dele, como nos colocamos diante dele, como nos organizamos a partir dele.

Desta forma, percebemos que a dança pode não ser o que estabelecidamente se espera dela. Melhor é quando entendemos que é justamente o contrário: a dança, vivenciada, produzida e reinventada a cada dia, como movimento e como pensamento, num espaço ético, passível sempre de novos e bons encontros, pode – e deve! - ser sempre o que escapa.

Citação do filósofo espanhol, radicado no Brasil, Francisco Ortega, ao comentar a nova ética da amizade proposta por Michel Foucault, como estratégia para a afirmação da vida: “(...) A amizade representa uma relação com o outro que não tem a forma, nem de unanimidade consensual nem de violência direta. Trata-se de uma relação agonística, oposta a um antagonismo essencial, uma ‘relação que não é ao mesmo tempo incitação recíproca e luta, tratando-se não tanto de uma oposição frente a frente quanto de uma provocação permanente’. Relações agonísticas são relações livres que apontam para o desafio e para a incitação recíproca e não para a submissão ao outro. O poder é um jogo estratégico. A nova ética da amizade procura jogar dentro das relações de poder com um mínimo de dominação e criar um tipo de relacionamento intenso e móvel que não permita que as relações de poder se transformem em estados de dominação. (...) A amizade encontra-se além do direito, das leis, da família e das instâncias sociais, representando uma alternativa às formas de relacionamento prescritas e institucionalizadas.”

Aqui estão relações que estabelecemos ao longo de dez anos, algumas já efetivadas, que a partir de agora poderão traçar novos fluxos, e outras que só agora conseguimos transpor para a realidade. Evidenciar relações (mais do que produtos/objetos/obras) e complexificar nosso próprio embate (cultural/social/econômico) com essas relações, através de uma produção artística diversa, provocando novos engendramentos, potencializando encontros e afirmando a vida, sempre! É a isso que se propõe a Bienal Internacional de Dança ao completar seus dez anos de realização, em sua VI edição.

Criada em 1997 pela necessidade de ampliar o cenário da dança contemporânea no Ceará, a Bienal Internacional de Dança vem se consagrando como grande mostra de dança contemporânea no cenário nacional. Após 10 anos e 5 edições, confirma a opção de trazer para o Ceará trabalhos que priorizam a pesquisa, a experimentação e o intercâmbio artístico para compor a programação artística do festival.

Dentre tantos, a programação traz:
CEM - Centro de Experimentações em Movimentos (CE), Artelaria (CE), Yann Marussich (Suíça), Cia. Toula Limnaios (Alemanha), Ballet Baião (CE), Marcelo Evelin (PI), Mathilde Monnier (França), Angelin Preljocaj (França), Isabel Torres (RJ), Vera Sala (SP), Hélder Vasconcelos (PE), Compañia de Danza (Argentina), Andreya Ouamba (Senegal), Emmanuelle Huynh (França), Cia. Vidança (CE), Cia de Dança de Paracuru (CE), Opiyo Okach (Quênia), Vanilton Lakka (MG).

onde fica
De 5 de outubro a 02 de novembro a programação da VI Bienal Internacional de Dança do Ceará leva para seis cidades do Estado trabalhos de mais de 45 artistas e companhias de três continentes – América do Sul, Europa e África – entre cearenses, brasileiros (São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Pernambuco, Santa Catarina), e da França, Suíça, Alemanha, Turquia, Bélgica, Itália, Kênia e Argentina.

Fortaleza:
Theatro José de Alencar, Centro Cultural Dragão do Mar, Centro Cultural Banco do Nordeste, Sesc-Senac Iracema, Centro Cultural Bom Jardim

Sobral:
Teatro São João, ECOA

Cariri
Centro Cultural Banco do Nordeste - Juazeiro do Norte, SESCs Crato e Juazeiro, Fundação Casa Grande (Nova Olinda).
quando ir
05/10/2007 a 02/12/2007
quanto custa
todos os espetáculos têm entrada franca. e a programação continua: Lia Rodrigues Cia. de Danças (RJ), Grupo N Infinito (CE), Ângelo Madureira e Ana Catarina Vieira (SP), Cia. Vatá, Thembi Rosa (MG)...
website
www.bienaldedanca.org.br
contato
telefones: (85)3248-1164, 3252-4108 e 8735.8076.

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rodrigo de oliveira
 

A VI Bienal Internacional de Dança do Ceará tem apoio cultural da Petrobras e da OI Futuro, além de inúmeros outras instituições e coletivos artísticos que apóiam e acreditam na Dança Contemporânea.

rodrigo de oliveira · Fortaleza, CE 16/10/2007 16:15
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rodrigo de oliveira
 

o site correto é www.bienaldedanca.com e o período de duração da BIENAL é de 05-10 a 02-11, e não 02-12, conforme consta no texto acima.

rodrigo de oliveira · Fortaleza, CE 18/10/2007 16:41
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