Entre março de 2006 e julho de 2007, foram publicados no Overmundo mais de vinte posts sobre iniciativas culturais, espalhadas por todo o Brasil, em que a sustentabilidade não se baseia em direitos de propriedade intelectual, mas em formas alternativas de remuneração, permitindo - e se beneficiando de - a livre circulação dos conteúdos. Estes casos fizeram parte do mapeamento realizado na primeira fase do projeto Modelos de Negócios Abertos – América Latina (Open Business Models – Latin America), realizado pelo Centro de Tecnologia e Sociedade da FGV Direito Rio, em parceria com o Instituto Overmundo. Na busca pela tag open-business, é possível encontrar todos os casos mapeados, como o tecnobrega de Belém do Pará, o Movimento Enraizados, que surgiu no Rio de Janeiro, e o Repórter Brasil, de São Paulo.

De 2007 para cá, com a maior disseminação das novas tecnologias para produção e circulação de conteúdos, e a maior apropriação das ferramentas de autopublicação e das redes sociais digitais, arriscamos a hipótese de que exemplos sustentáveis de modelos de negócios abertos são cada vez mais comuns, apontando para um cenário em que, ao mesmo tempo em que as grandes indústrias culturais e de mídia enfrentam crises em seus modelos tradicionais, baseados na propriedade intelectual, é possível vislumbrar um maior equilíbrio entre os direitos autorais e o direito de acesso à cultura.

Música, teatro, literatura, audiovisual... Se você conhece iniciativas culturais que se sustentam ao mesmo tempo em que permitem amplo acesso aos conteúdos produzidos, utilizando-se das novas tecnologias de informação e comunicação, pode contribuir com a segunda fase do projeto Open Business Models, que está mapeando novos casos até novembro de 2010. Encontramos alguns exemplos aqui mesmo no Overmundo, como as estratégias das bandas Jumbo Elektro e Cérebro Eletrônico, lançadas pela Phonobase, o Teatro Mágico e a graphic novel Um Outro Pastoreio, casos que iremos aprofundar nesta segunda fase.

Se você tiver sugestões de pauta para o projeto, envie um e-mail para openbusiness@overmundo.org.br. Basta dizer qual é o nome da iniciativa, uma breve descrição de suas atividades, o local onde ela acontece, e justificar por que ela pode ser incluída no conceito de negócios abertos. Este novo mapeamento torna-se super importante hoje, quando o Brasil discute mudanças na legislação de direitos autorais, visando à maior democratização do acesso e o livre compartilhamento de ideias, informações e cultura.

Para saber mais sobre o projeto, acesse o relatório completo, publicado por Ronaldo Lemos, ou leia o texto escrito por Oona Castro no início da primeira fase.