E tudo que é bom chega ao fim, já lembrava Vinicius de Moraes, com o seu inesquecÃvel “que seja infinito enquanto dureâ€. A Revista Overmundo encerra sua primeira temporada neste sexto número, dedicado a um dos assuntos que mais rendeu boas pautas para o site ao longo desses seis últimos anos: os novos modelos de negócio. Ou, na terminologia a que nos acostumamos a usar: Open Business.
Trocando em miúdos, Open Business é a expressão adotada para caracterizar modelos de negócio inovadores, que funcionam a partir da apropriação das novas tecnologias da comunicação, e prescindem da exploração de direitos autorais e propriedade intelectual para a garantia de sua sustentabilidade. Não entendeu? Pois pense, por exemplo, em quantos artistas e bandas novas hoje, do funk carioca ao tchê music graúcho, estão fazendo sucesso de um jeito diferente. Esses artistas da periferia lucram fazendo shows e, muitas vezes, seus CDs são vendidos em camelôs, à s vezes, até por eles próprios. Em Cuiabá, os vocalistas de lambadão são eles próprios vendedores ambulantes dos seus “CDs piratasâ€. A relação com o dinheiro também muda bastante na produção cultural. O exemplo do Festival Bananada é emblemático: nele, você paga quanto quiser para ter a entrada para assistir aos shows de bandas independentes. Exemplos pipocam em todo o Brasil: do mercado
editorial ao audiovisual. Desde que o Overmundo surgiu, muita coisa mudou. E muita coisa ainda vai mudar...
Esta primeira temporada da Revista Overmundo foi bem-sucedida em muitos aspectos. Criamos um novo modelo de comunicação colaborativa, que mostra ser possÃvel transformar a internet em porta de entrada para um produto editorial de qualidade, com curadoria de excelência e amplitude de vozes. Uma plataforma de publicação aberta e disponÃvel em código livre também foi resultado de toda esta empreitada. Tratamos de temas variados e também de não-temas inusitados. A revista, que sempre foi semitemática e bimestral, está fechando para balanço. Mas o Overmundo segue, tal e qual “cavaleiro do mundo deliranteâ€.
Overmundo
(de Murilo Mendes)
Os pinheiros assobiam, a tempestade chega:
Os cavalos bebem na mão da tempestade.
Amarro o navio no canto do jardim
E bato à porta do castelo na Espanha.
Soam os tambores do vento.
“Overmundo, Overmundo, que é dos teus oráculos,
Do aparelho de precisão para medir os sonhos,
E da rosa que pega fogo no inimigo?â€
Ninguém ampara o cavaleiro do mundo delirante,
Que anda, voa, está em toda a parte
E não consegue pousar em ponto algum.
Observai sua armadura de penas
E ouvi seu grito eletrônico.
“Overmundo expirou ao descobrir quem eraâ€,
Anunciam de dentro do castelo na Espanha.
“O tempo é o mesmo desde o princÃpio da criaçãoâ€,
Respondem os homens futuros pela minha voz.
http://www.overmundo.com.br/agenda/formacao-da-academia-nacional-de-letras
MARISA GONÇALVES DE ALMEIDA SANTOS (Overmana MARISA SANTOS)
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