Pergunta –
A senhora já tinha escrito exaustivamente sobre diferenças entre homens e mulheres. Por exemplo: o fato de que mulheres preferem falar com outra pessoa frente a frente, fitando a nuca da outra, a procura de um fio de cabelo, talvez, ou de uma presilha, uma sarda, uma mancha de betume.
Certamente é um gesto adquirido como comprar um saco de pipocas ou pagar a conta da padaria todo mês. A mulher pega o recém-nascido, por exemplo, agarrando firmemente o dedo mindinho esquerdo para encara-lo e saber que não é um anão ou um potro e fala com a criança olhando nos seus olhos ou, se for mÃope, nos seus óculos. Se a criança usar lente de contato pode-se perguntar se elas não estão vencidas e olha-se então nas suas sobrancelhas. Pode falar, se for o caso, através de braile ou sinais, ou, à s vezes, com a ajuda de um tradutor, se a criança for estrangeira ou falar algum dialeto. Trata-se, evidente, de um reflexo aprendido, como o bê-a-bá da escola, só que não tem mata-borrão e o giz já acabou.
Pergunta –
E os homens?
Já os homens preferem se comunicar sem encarar um ao outro, como se estivessem de mau. Eles se comunicam de lado, cada um olhando e falando para a frente, de mãos dadas, aguardando que suas falas batam num paredão ou num gigantesco espelho e voltem de ricocheteio. Daà eles concordam ou não, a depender das condições do vento (ou de suas aparências no espelho, a maquilagem, etc, etc). Caso não concordem, há direito a uma única réplica. Às vezes alguém faz cócegas no companheiro do lado, é uma manifestação sutil e delicada de carinho. Os homens se beijam de lado também, é um fato. Neste caso, a tática seria a de surpreender o colega (dizendo “olha o aviãozinho!â€), dar-lhe um beijinho rápido e olhar de novo para a frente, disfarçando. É uma antiquÃssima tradição que viria do tempo da pré-história, em que eram grandes caçadores e tinham de ficar horas e horas silenciosos a espreita dos animais e terminavam perdendo o horário do trem, pois seus relógios estavam sempre no conserto. Além disso, naquela época não havia bons supermercados nem promoções e a caça era muito dispendiosa e trabalhosa, principalmente para quem não tinha cartão de crédito. Aos domingos, então, quando os açougues fechavam, era impossÃvel encontrar carne.
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