Interiorização da Ufal, com que dinheiro?

A Universidade Federal de Alagoas (Ufal), desde o ano passado, apresenta um rombo em seu orçamento de mais de R$ 3 milhões. O anúncio foi feito pela própria reitora Ana Dayse, na reunião em que seria votado o projeto de reestruturação da burocracía da Ufal, que, entre outras medidas, propunha a extinção da Pró-reitoria Estudantil; isso aconteceu no ano passado. O rombo hoje já atinge outras cifras e mostra a situação calamitosa vivida pela Ufal.

Na mesma reunião a reitora Ana Dayse afirmou que em três obras - reforma do Restaurante Universitário, reforma da Residência e a reforma da biblioteca central - foram gastos R$ 1 milhão. A reitora também anunciou o projeto para área de segurança, que nada mais é do que a construção de um muro circundando a Cidade Universitária e um prédio para abrigar um mini-quartel da Polícia Militar; o valor é de R$ 1,5 milhão.

A que ponto chegamos, nem nos períodos mais sangrentos da ditadura Militar alguém ousou propôr um projeto como esse. Com a finalidade de garantir a segurança no campus? É muita "inocência". Por isso já seria um absurdo. O mais trágico é que o universo em que estamos não deve reproduzir teorias como essas, a política tradicional da repressão, a política imediatista, que tanto interessa às elites alagoanas e que coloca a Universidade pública a seu serviço.

Está em curso o projeto de interiorização da Ufal, que seria importantíssimo se a Universidade estivesse com toda estrutura necessária para seu pleno funcionamento, o que não é a realidade. A Universidade passa por problemas gravíssimos, que atingem a estrutura física, de pessoal, o que compromete o desempenho acadêmico. Como expandir algo que funciona precariamente? O Campus A.C. Simões é o melhor exemplo da realidade vivida pelas Universidades Públicas, com um agravante, é claro. Estamos em Alagoas onde a educação sempre ficou em plano inferior.