Ora, há um certo tempo atrás, quando ainda menina, ao término do período de férias a professora(o) sempre nos solicitava a seguinte atividade: escreva sobre suas férias. E eu sempre achava aquilo um tanto sem graça, pois não havia o que escrever sobre as “Minhas férias”. Na verdade não havia muito o que falar. Não viajava, não haviam parentes e amigos que vinham nos visitar, não ocorria nada de novo. Hoje, não podemos dizer a mesma coisa, a vida está mais fácil, mais gostosa, se não podemos viajar, podemos utilizar o computador, ver um vídeo, usar a imaginação e viajarmos. Depende do nosso olhar. Aliás, olhar para as coisas de forma diferente, nos faz aprender e ver a vida por um outro prisma: o do crescimento e do aprendizado, conseqüentemente da valorização.
Bem, vamos parar de trololó e descrever para os leitores os lugares que visitamos, estou desfrutando da companhia maravilhosa de minha adorável mãezinha. Estamos em Salvador, capital do Estado da Bahia, também foi a primeira capital do Brasil. As pessoas naturais de Salvador são chamados de soteropolitanos, gentílico criado a partir da junção dos nomes gregos sotero (que significa “o salvador”) e pólis (que, por sua vez, é “cidade”), em grego Soterópolis, ou seja, cidade do Salvador.
Situada na Microregião de Salvador é a terceira cidade mais populosa do Brasil. A Região Metropolitana tem cerca de 3,525 milhões de habitantes sendo assim a maior metrópole do Nordeste juntamente com Recife, 5ª região metropolitana do Brasil e 7ª maior cidade da América Latina logo após (Cidade do México, São Paulo, Lima, Bogotá, Rio de Janeiro e Santiago). Centro econômico do estado, é porto exportador, centro industrial, administrativo e turístico, tem diversas universidades e uma base naval.
A cidade de Salvador era antigamente chamada de Bahia (inclusive por moradores do próprio estado). Também já recebeu alguns epítetos, como o de “Roma Negra”, isso por ser considerada a cidade com maior população negra fora da África – que maravilha!
Está Capital é linda, já estive de passagem por aqui, mas, “ver e sentir” é a primeira vez, e podem ter certeza, tenho alguns motivos para voltar. Conheçam alguns pontos turísticos que já visitamos: O Pelourinho, em seu sentido amplo, corresponde a uma coluna de pedra localizada normalmente ao centro de um praça, onde eram expostos e castigados criminosos. No Brasil, e em especial o pelourinho de Salvador, seu uso principal era para castigarem escravos através de chicotadas durante o período colonial. Em 1835, este local da cidade passou atrair artistas de todos os gêneros: cinema, música, pintura, etc., tornando o Pelourinho em um centro cultural.
Em 1991, iniciou-se uma grande restauração do casario e houve maciço investimento estatal em segurança e financiamento na instalação de hospedarias, restaurantes, escolas de dança e outras artes, aumentando a procura do local por turistas, tanto nacionais quanto estrangeiros. Possui atualmente um lugar no Registro Histórico Nacional e é chamado de Centro Cultural do Mundo.
O Pelourinho de Salvador é um local repleto de construções coloniais de diferentes tons de cor. Algumas construções são mais bonitas por fora do que por dentro, pois a obra de restauração financiada pelo Governo do Estado e organismos internacionais priorizou mais a recuperação das faixadas do que o interior dos casarios. Esse fato justifica-se, pois muitos imóveis estavam em completo estado de ruína, o que impossibilitou a reconstrução fiel do interior dessas construções. A Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos. Largo do Pelourinho. Construída à noite pelos escravos e negros livres; torres de estilo indiano. Padres negros são ordenados nesta igreja, demonstra o sincretismo religioso da Bahia.
Saindo do Pelourinho fomos descer pelo Elevador Lacerda que foi planejado e inaugurado em 1930 pelo comerciante Antônio Francisco de Lacerda, as quatros cabines do maior elevador público do mundo interligam a praça Tomé de Souza, na cidade alta, à praça Cairu, na cidade baixa, com 72 metros de altura. O sobe-e-desce carrega 28 mil passageiros e dura 30 segundos de um gostoso frio no abdômen e uma estupenda beleza visual, destacando os barcos, o mar e os fortes, além do mercado municipal, é tudo de bom. No mercado encontram-se lembranças para todos os gostos e bolsos, tais como: enfeites de conchas do mar, chaveiros, bolsas, camisetas, canetas, obras de arte, etc, etc, etc. Ah! Descendo as escadas do prédio do mercado, encontra-se uma espécie de porão, onde os escravos ficavam “depositados” a espera para serem comercializados.
O Forte de São Marcelo construído em alvenaria em 1624. Depois da invasão holandesa, sua constituição em formato triangular feita de madeira foi substituída pela forma circular em alvenaria de pedra, para proteger o centro da cidade dos ataques estrangeiros pelo mar. No início do século XIX, serviu como prisão política e recolheu o líder farroupilha Bento Gonçalves e os rebeldes da Sabinada.
Mais uma beleza, o Solar do Ferrão situada nas proximidades do Largo do Pelourinho, a construção de 5.000 m2 guarda características da segunda metade do século XVII. Em 1756, os Jesuítas instalaram um Seminário no prédio, que no mesmo século tornou-se propriedade da família Ferrão. Daí em diante funcionou como residência de famílias nobres, teatro e sede do Centro Operário. Em 1977, foi adquirida pela Fundação do Patrimônio Artístico e Cultural (atual IPAC), que depois da reforma instalou aí a sua sede administrativa.
Fomos conhecer também o Bambara, um bar com música ao vivo, bufet e pista de dança, música popular brasileira de ótima qualidade, ambiente agradável.
Infelizmente, aqui como em outras capitais, não podemos dizer que só há flores. É fortemente perceptível ponto de degradação ambiental, esgotos a céu aberto, lixo, espaços pixados e casas construídas em locais perigosos de fácil desmoronamento. Há também, muitos mendigos, um sério problema social existente no Brasil. Como se podem ver riquezas, vê-se também pobreza e miséria, tristeza e alegria, afinal é uma mistura de amor e ódio.
Já ia me esquecendo, visitamos também a Feira Livre com uma infinidade de produtos: frutas, cereais, animais vivos, flores, verduras e legumes, carnes, etc. Os preços são bem convidativos e se pechinchar fica melhor ainda. Caminhando na mesma linha de pensamento do amor e ódio, na fartura e variedade da feira, vê-se pessoas esmolando e catando lixo para dele se alimentar. Há também um número elevado de pessoas que trabalham na informalidade, ou seja, sem carteira assinada, sem garantias trabalhistas, são os vendedores ambulantes, crianças, jovens, velhos. Eta! Brasil que o próprio Brasil desconhece.
Malue,
Gostei muito da sua viagem, até viajei também.
Um abraço mineiro.
Tenho, isto é, sou orgulhoso de vc Malu... Essa matéria tá recheada de informações importantes para o nosso enriquecimento histórico.
Do fundo do coração,
Um abraço!!!
Olá anamineira e Aguiar Gama, realmente, Salvador é um espetáculo de cultura. Obrigada pela contribuição.
Malue · Gurupi, TO 14/12/2007 01:16Para comentar é preciso estar logado no site. Fa�a primeiro seu login ou registre-se no Overmundo, e adicione seus comentários em seguida.
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