Nordeste Independente - Caloroso

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Alberto Nanet · João Pessoa, PB
10/4/2009 · 47 · 3
 

Na noite do dia 03 de abril de 2009 rolou a terceira edição do Nordeste Independente na cidade de João Pessoa. O evento aconteceu na Intoca, casa de shows que tem abrigado o rock dessa cidade pequenina e calorenta, que talvez por esses dois motivos, febril.

Tava calor, muito quente mesmo, talvez por isso mesmo o público não tenha chegado na hora exata de início de show. A turma quer sair de casa quando estiver fazendo uma brisa fria. Mas na noite de sexta é para ferver mesmo.

Subiu no palco por volta das 21h a primeira banda da noite, Afetamina. Porra-loucura em cima do palco. O mesário quase enfarta já no começo do show, quando Marcelo Careca começou a pular, caiu por cima da caixa de retorno aos pés do baixista. Mas se levantou ligeiro, como quem dá uma rasteira, olhou para o público e voltou a vociferar como se fosse o fim do mundo. Balançando a cueca samba-canção quadriculada (na performance mais sexy que conseguiu), Marcelo chamava quem estava indiferente pra entrar. Não há vibe melhor para um início de show. Paulada do início a fim. Sem tempo para descansar, distorção no máximo, e tirando pequenos problemas de ajuste no som – primeira banda padece, entre outras tantas coisas, disso – foi 30 minutos para acordar.

Corre-corre pra trocar banda no palco e ligeiro, avexado. Sobe então a Distro, vinda do RN, para deslanchar o repertório rock and roll no público ainda crescente. Comprei o exemplar do recém-lançado, competência comprovada. O que rola ao vivo não perde gás no estúdio.

É rock simples e direto, solos bem encaixados, letras bacanas, bem elaboradas e músicos gente finíssima. Passaram a noite batendo papo com todo mundo, depois de lançar a instiga certa pra o show continuar.

Terceira banda no palco? Sem Horas. Publico certo, fiel, disciplinados por Igor Tadeu e seu rebolado. Beatlesmodernagi, melodias conhecidas, Chuck Berry Riffs, são as bases para a boa atuação. A única ressalva? Troca de instrumento no palco me dá certa agonia, mas quando é bem feita não quebra o clima. No caso da Sem Horas, quebrou, nada muito grave. O show é retomado e a empolgação fica engatilhada para a quarta atração da noite.

Cerva Grátis sobe com seu isopor cheio de geladinhas pra distribuir para seus fãs, que não fazem feio. Ficam embriagados, pulam e gritam mais que a banda, e às vezes cantam mais que a banda. O palco em determinado momento foi tomado por amigos e filões de cerveja grátis em geral, aquela bagunça, aquela arriação, festa e barato total. “Cerva boa é Cerva Grátis”. E como disseram os rapazes “beber prolonga a foda” e prolonga também o show, baladas ébrio-romanticas lançadas ao ar. Lindo, empolgação total por parte dos caras, que bebiam desde a quinta-feira, quando se apresentaram em Campina Grande, acompanhando a grande atração da noite que estava por vir: Venus Volts.

A demora em começar a tocar se explica pela quantidade de equipamentos e ajustes a fazer para que a banda iniciasse a tocar: Laptop, power click, pedaleira, tudo ajustado; e o público já um pouco cansado se levantou para tomar conhecimento da Venus Volts. Ou não?! Ou já se conheciam?! Metade do repertório já era conhecido por pelo menos metade das pessoas que se esgoelavam na frente do palco – a outra metade esgoelava a própria empolgação. Performática, a banda tocou aproximadamente uma hora e meia, e as músicas mais empolgantes ficaram por conta das do primeiro EP, que já haviam sido apresentadas ao público paraibano na edição do Festival Aumenta que é Rock do ano passado. Paper Boards; Crucify and Burn Me; In Gold We Trust; levaram o resto do gás do público ainda presente. Em sua segunda turnê feita pelo nordeste, a banda foi muito bem recebida, se desmancharam em elogios pelo público e já havia uma brincadeira no ar de que a Venus Volts já é “banda da casa”.



No fim de uma noite calorenta, restaram abraços, beijos, apertos de mãos, troca de e-mails, interação por conta das bandas participantes e público. E para o Coletivo Mundo e Aumenta que é Rock, o fechamento da terceira edição do Nordeste Independente que, entre perdas financeiras e ganhos (contábeis e incontáveis), foi um SUCESSO!

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Hermano Vianna
 

que bom ler o relato, e ter os muitos links para explorar novidades (tô aqui escutando Afetamina)! geralmente a imprensa anuncia muito o que vai acontecer, mas quando acontece pouca gente comenta o que aconteceu - aqui no Overmundo a gente tem a chance de equilibrar melhor o antes e o depois - valeu!

Hermano Vianna · Rio de Janeiro, RJ 8/4/2009 13:18
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graça grauna
 

graça grauna · Recife, PE 11/4/2009 00:37
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Ben-Hur Demeneck
 

gostei do teu registro, Alberto, tanto que abri um dos links (Sem Horas) e o som está tocando por aqui. Aproveito para dar um toque para todos os músicos: aqui no Paraná há um festival da canção recebendo músicas até 30 de Abril. A distância é grande, mas seria um ótimo intercâmbio. Quem tiver interesse pode saber mais clicando aqui. abraço.

Ben-Hur Demeneck · São Paulo, SP 12/4/2009 00:28
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