Ponto de Difusão Digital: produção e visibilidade

Divulgação.
Flores de Plástico: pessoas comuns produzindo vídeo.
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Marconcine · São Luís, MA
1/10/2007 · 88 · 0
 

Imperatriz é uma cidade que está localizada na Amazônia Legal, com área territorial de 1.538 km e população de 230.450, oriundos de todas as regiões do Brasil. No entanto, como aconteceu com a grande maioria das cidades brasileiras, as salas de exibição de filmes foram sistematicamente fechadas, restando apenas uma na cidade, que por característica/necessidade, se firma numa programação restrita a filmes comerciais, voltados exclusivamente para o entretenimento, salvo raríssimas exceções.

O cinema mambembe é prática corrente a partir do final dos anos 90, sem contar, é claro, com o cinema itinerante dos anos 60, devido a falta de locais específicos para a exibição. Diante deste quadro, a ASSARTI - Associação Artística de Imperatriz, juntamente com a Fundação Cultural de Imperatriz desenvolveu o projeto Cinema no Teatro, no período de 2001 a 2004, com sessões todas as segundas, às 19h, com entrada gratuita. Assim, a comunidade teve a oportunidade de assistir e debater a cinematografia brasileira.

Porém, com a mudança de governo na esfera municipal o projeto, infelizmente, ficou inviabilizado, e no ano de 2005, em parceria com o Instituto Sinergia, a ASSARTI pode dar continuidade a ele.

Com a nova parceria com o Ministério da Cultura, através da seleção do Teatro Ferreira Gullar como Ponto de Difusão Digital permitirá um incremento das exibições, pois como a ASSARTI é a proprietária do espaço, e tem como objetivo cada vez mais dinamizá-lo, sendo essencial para formação de público, oportunizando à comunidade imperatrizense o conhecimento e reconhecimento do cinema como objeto de reflexão e, mais ainda, no caso especifico do cinema brasileiro, a consolidação da identidade nacional.

Os espaços de cultura e cidadania existentes na cidade restringem-se ao teatro Ferreira Gullar, Galeria de Artes Mauro Soh, Cine Timbira, Ponto de Cultura Folguedos Boi Valente, sendo que o único gerido pela prefeitura municipal é a Galeria de Artes. O governo do estado não tem nenhuma relação com a cidade, e com anos atrelado às oligarquias, a cidade ficou à mercê do descaso. Imperatriz, como segunda maior cidade do estado, parece não pertencer ao Maranhão: seus laços com a capital não são refletidos em seu modo de vida, seus costumes e tradições. Com isso, o distanciamento é substancial, tanto em aparelhos públicos quanto em mobilizações.

O Guarnicê de Cine-vídeo, realizado anualmente pela Universidade Federal do Maranhão, na capital do estado, São Luís, já acenou com a intenção e o desejo de disponibilizar seu acervo para exibição em nossa cidade, o que nunca foi possível mediante a falta de equipamentos disponíveis para a execução deste.

Em Imperatriz existem duas universidades públicas (estadual e federal) e algumas faculdades particulares, e principalmente através do curso de Letras, alguns alunos puderam elaborar curtas em vídeo. Em meados de 2000 ocorreu um festival de vídeo em nossa cidade, que fez com que uma escola particular articulasse e viabilizasse, através dos alunos, a inscrição de alguns vídeos. Com a instalação do ponto de cultura Folguedos Boi Valente, abre-se um outro espaço para produção de vídeos independentes.

ENTIDADES ENVOLVIDAS NO PROJETO

As entidades envolvidas no projeto estarão se reunindo mensalmente para definição da programação dos filmes, avaliando sua aplicabilidade e melhorando seus mecanismos de divulgação, debate, numa perspectiva de valorização da produção e alternativas para atrair público, objetivando a lotação do teatro Ferreira Gullar, que é de 166 (cento e sessenta e seis) lugares. São elas: Academia Imperatrizense de Letras – AIL; UEMA/CESI/DEP. LETRAS; Centro de Cultura Negra “Negro Cosme”; Instituto Sinergia – Gestão & Cidadania; Associação de Gays de Imperatriz – AGIR; Ponto de Cultura Folguedos Boi Valente; Passo Preto Produções; e Engenho de Idéias.

QUAL A IDÉIA?

Durante o transcurso de 01 (um) ano serão exibidos filmes, duas vezes por semana, sempre às 19h, as segundas e quintas-feiras, no Teatro Ferreira Gullar, com capacidade para 166 pessoas sentadas, totalizando 105 exibições.

Haverá debates mensais, na última quinta-feira do mês, após a exibição do filme, sempre com uma temática diferente, a saber: Cinema Marginal Brasileiro; Cinema e Literatura; Psicanálise no Cinema; Cinema Novo; Vera Cruz; Cinema Mudo Brasileiro; Ciclo Cataguases; Chanchada; Produção Contemporânea; O Cinema e a História; Pornochanchada; Documentário Brasileiro.

As temáticas dos filmes serão definidas pelas entidades, de forma colegiada, nas reuniões mensais.

A produção local será exibida, inclusive, na programação, como o curta Flores de Plástico, e seu making off, sempre antes da exibição dos longas. O projeto inclue, ainda a recuperação e exibição de curtas em vídeo produzidos por universitários na década de 2000 e estudantes da rede particular de ensino, na mesma década, bem como exibir curtas brasileiros antes de cada sessão de longa, excetuando os dias em que haverá exibição da produção local.

Os debates sobre os filmes após cada exibição, serão sempre com uma das entidades responsáveis pelo projeto, ou algum convidado, levando em consideração a temática, a estética fílmica, ou algum elemento específico como a montagem, o som, a fotografia, a direção.

O projeto, além de exibir, estimulará a produção juntamente com o Ponto de Cultura Folguedos Boi Valente e o Instituto Sinergia, de 02 (dois) vídeo clipes; 02 (dois) vídeo documentários e 02 (dois) vídeos de ficção, em regime de cooperativa, com atores locais, demais entidades envolvidas e espectadores das sessões, desde a argumentação até a finalização de curtas em vídeo.

Todos os produtos recuperados e/ou elaborados serão disponibilizados, em código aberto, no sítio do Estúdio Livre.

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