Babula São Luís, MA

artista plástica . Aos 16 anos ingressou no mundo do teatro, participando do grupo Gangorra, em São Luis. Em seguida enveredou em atividades profissionalizantes no Rio de Janeiro, através da Casa das Artes de Laranjeiras, a CAL, onde estudou com consagrados artistas da dramaturgia nacional.
No Rio de Janeiro, Babula encantou-se com a arte de lapidar, especializa-se em ourivesaria. Criou peças em ouro, prata e cristais. Transfere-se para Minas Gerais onde aprimora essa técnica. Depois, em Munique, na Alemanha, tem seu primeiro contato com a pintura. Inicialmente pintava com aquarela em papel. Experimenta diferentes processos de criação, utilizando materiais, técnicas e conteúdos dos mais distintos em viagens pela �ndia, Amsterdã, Berlin, Amazonas, Goiás (Alto Paraíso) e Brasília.
Nas suas andanças pelo mundo conviveu com destacados artistas plásticos e apresentou seu trabalho em exposições individuais e coletivas. Laços afetivos a impulsionaram a fazer incursões constantes à Ilha de São Luís para rever os amigos, a família e o patrimônio histórico.
Envolveu-se com ações relacionadas à preservação ambiental, a partir da década de 90, iniciando estudos e experimentos com papel reciclado. Nos últimos anos dedica-se a trabalhos no campo da educação social, cultural e artística.
"SER TRANSPARENTE"
A pintura de Babula remonta à pictografia, pois observa-se claramente manifesta, em seus quadros, a existência de signos de comunicação tribal. Neste sentido, a peculiaridade de sua pintura, como se riscada na superfície do plano, também remete à de alguns índios brasileiros. Ao que parece, este é o único arquétipo presente em sua arte. Afora, tudo o que nela se distingue é fruto de teor pessoal, nascido da interioridade da artista. Pictoricamente, a opacidade que ela imprime na tela, a meu ver, mais do que um preciosismo técnico, é sinal de recolhimento interior e de autoconhecimento. Ora abstraindo, ora representando figurativamente através de um naturalismo estrito, celebrado com contenção de meios, a pintora mostra seu próprio ser, que aparece transparente nesta exposição de suas telas.

Couto Corrêa Filho