sobre o colaborador
MATULÃO
Vivo das lembranças
De levantar do chão meus pés andarilhos.
Nessas investidas, quase muito eu vi.
A florada no seu tempo certo,
E escutei com displicência o argumento dos homens
Duvidosos das chuvas, de lÃngua seca.
Morro das lembranças:
De apanhar do chão
Meu matulão cansado da estrada.
E eu um homem desertificado
Rezado, benzido pelas sombras boas.
Cacho de alecrim, para espantar mutuca,
Deixando um cheirinho
Que a elas logo assusta.
E de noitinha ouvir a sinfonia mais desencontrada
Da saparia regida do maestro ensaboado.
Araras no topo jogando migalhas
Que até eu, com a fome, que chega às mesmas horas,
Peguei e comi lembranças do chão.
Adoeço só de ver as estradas encobertas
E um céu descoberto, sem uma nuvem que se pise.
Quanto mais me disto desses lugares meus.
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naeno* com reservas de domÃnio