patriciaborato Rio de Janeiro, RJ

patriciaborato

sobre o colaborador

Patricia poeta de plantão e de ocasião,na família de poetas e com a amiga das parcerias Nina,
Patricia observa enquanto escreve e escreve porque vê de um jeito todo seu...assim é Patricia, assim sou eu...

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E Tome Polca E Tome Vodka...

Todo dia ele acorda cedo,
Pede panqueca e ovos com bacon,
E estala dois beijos molhados
Na esposa maquiada e anoréxica.
Que ocupa o quarto ao lado.
Os filhos musculosos e bronzeados,
Impacientes espreitam a chegada,
Dos cheques semanais vultuosos,
Típico dos playboys dadivosos
Que recebem uma gorda mesada.
E contrariando a sua natureza,
O pai finge ouvir o que eles falam,
Distribui sorrisos aos empregados,
Enquanto pede que preparem o carro.
Carismático, safo e dissimulado
Alegra-se quando não avista o vizinho de frente
Que o obrigaria a comportar-se como um lorde,
Tão treinado e personalizado...
Bem mimado desde a tenra infância,
Senhor dos gestos e circunstâncias,
Com o porte de rei e a colônia inglesa,
Caminha apressado com destreza,
Dirigindo o carro alto e platinado,
Para chegar a tempo de vender a alma
E negociá-la muitas vezes para consumir,
Consumir muito...consumir muito...
Coisas úteis ou inúteis, nas cores preta ou prata.
Até que chegue o fim de tarde e o happy-hour,
O scotch entre os seus pares
Desanuviará as mentes de quem não enfarta,
Eles conversarão sobre o mercado
A bancarrota dos tolos imolados
A voracidade da amante
As novidades do implante
Os lobbys e as regras estabelecidas
Entorpecidos, vaidosos e infantis
Esperarão por outro dia, sem emoção
Brindando a boemia nos pubs importados
Fartos, sob o comando da compulsão
Tem kani, aí? (Quer saber o homenzarrão...)
E tome polca... e tome vodka...
(Aceita mais um drink, irmão?)
Tome outro gole, viva bem a vida
Que este aqui é um mundo cão...
E como não...



Pat Borato & Nina Araújo




Ló De Lombriga Na Umbigada


Nina:

Cabôco do lombo gasto
Cara de pasto lanhento
Destino dum espântaio
Garranchudo bagacento
Aruá da racha urdida
Jegue d’alma mádormida
Pária dum currá lodento
Miserave , dedo junto
Atronchado cos defunto
Caçuá da bucha fina
Tororó cara de quina
Cobra sonsa a dar c’o bote
Tome o rumo, puxe o pote
Pisa fundo, sarta a fôia
Filhote de besta rôlha
Numa calunga zarôia
Barbichento tanajura
Tu tem u’a mente burra
Carranca, peste das tia
Desgracento, carestia
Monte o bode segue a bicha
Moringa da mão vazia
Marmota que num dá cria!


Pat:

Se tu pede cão zambeta
Não me importa o rela buxo
Tua sois a rodagem troncha
Mais barrenta dum pinguço
Marreteiro dos cuspido
Nó cego de duas venta
Bexiguento mal parido
Enguilhado que m’atenta
Mangador de coisa reta
Gógo de sola amuado
Inháca malassombrado
Cabeça de macaxeira
Tu é bicadô sem eira
Caningando a luz dia
Batoré do baixo cume
Abestado mói de estrume
Tabaré teu nome é troça
Vá no bigú, boi da roça
Cabruquento das caipora
Segue a vida vá simbóra
Cangote de pôca pêia
Pato rôco sem orêia
Tu nasceu só pra dá fora!

Nina:

Mamulengo duma figa
Onde há força tu azula
Num dá fé que é um abestado
Banda fraca duma mula
Toma banho sapecado
Com dez dia dando pula
Tu é chôco apêrriado
Leso, boca de suvaco
Cucuruto fim de saco
Vive procurando a encrenca
Vá juntado, vá na penca
Encardido dos pé curto
Ló de lombriga, escorbuto
De umbigada sei dá susto
Dou-te coça só de bruço
Paiaço das barrigada
Urubu, asa arriada
Cuma foi a tua fuça?
Piniquento das mão ruça
Tu tem a boca banzé
Caduquento jacaré
Teve bêbo quinze dia
Inda apanhou da muié!

Pat:

Boca quente lá das brenha
Tu tem a vida embutida
Deixou cinco noiva prenha
Casando só na escondida
Lá na broca dos zuvido
Tu pensa que vai zoar
Toma tento brônco doido
Tem delegado de môio
Que é pra mode lhe arrochar
Entrevado das idéia
Senta o couro, vida véia
Compre um pouco de juízo
Ou então a coisa entorna
Tu vai acordá de liso
Sete palmos em fim de chão
Fio duma gôta serena
Grudado nas mão do cão.
Eu por mim dou-te uma lona
Pindaíba peçonhento
Pé duro dos má intento
Mariola que não pia
Danado fio da porfia
"Quem gaba o sapo é a jia!"

Nina:

Eu num sou de fazer volta
Tu não tem pra me afrontá
Só tareco não segura
Seu dormido cum gambá
Velhaco de sacadura
Xepeiro duma catinga
Zerado de vinte pinga
Onde tu foi se enterrá
Tem é Zé na tua mufa
Onde dorme a morte puxa
Priquito de se avoá
Se oriente, dê na pinta
Que eu já furei mais de trinta
Só porque não quis fumá
Tu é quase um homi morto
Vê se corre pule tôrto
Vai fungá baixa de égua
Antes que eu te passe a régua
E lhe ensine a embolá
Porque aqui a coisa entulha
Tem que ter pressa na agulha
E uma ginga diferente
Nem cagado nem demente
Fica vivo pra zóiá!

Pat:

Apois eu que me console
Tu tem u’a boca mole
Um gingado de garapa
O sorriso ruim de chapa
Inda pensa que é alguém
Eu conheço a tua vida
Filhote de uma formiga
Dum sarrabulho xêm xêm
Tu é frouxa dentadura
Onde mija a bunda pula
Rebenque duma cortiça
Bote os galhos numa poça
Seu fugido das palhoça
Deixe desse rapapé
Que eu te engulo com farofa
Feito um sarapaté
Suma logo desta bufa
Saliente ruim de briga
Antes que eu puxe a cartucha
Quebrado das rapariga
E veja se nunca volte
Porque aqui teu nome é morte
Sagu seco sem dar liga!


Pat Borato & Nina Araújo

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Sonata De Ar Para O Amor banco
14/5/2009 21:47 · 14

"Tu és a Soma da Espera
O Encontro de Sol e Terra
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Edredon De Peixinho banco
12/5/2009 20:18 · 22

"Vá , que eu não ligo,
Só não case comigo,
Nem prenda os meus pés,
E se a vontade chegar,venha
Hás de encontrar o meu ninho,
Vinho branco, edredon de peixinho" +

Titila Corrupia... banco
10/5/2009 17:37 · 33

"Dispensou a hierarquia,
Dizendo que tudo passa
Bem humana e atrevida
E mais vale correr na vida
Cuspindo o prato que come
“O homem é o lobo do homemâ€
E ela era a mais querida,"

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Hoje Eu Compro Palavras!! banco
8/5/2009 16:06 · 45

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Fernando banco
6/5/2009 13:15 · 31

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As contas todas por pagar,
E quando volta é sempre,
"Loves in the air", +
+listar todas

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