sobre o colaborador
Em estado bruto de anônima lapidação, gosta de ser.
Uma pessoa que gosta das coisas poucas, mas prefere-as em exagero. Um sujeito que conta, em segredo, um por um os degraus da escada e sente-se perseguido todo o tempo pela iminência de perder a conta.
Por vezes até prostra-se à janela buscando detalhes: um meio-fio mal pintado, algum curioso passante, insetos aglomerados ao redor do Deus-Sol do poste em frente a seu quarto. Os detalhes, pensa, são miniaturas do todo.
Anseia por escrutiná-los, revirando a lama em busca de indÃcios, pistas ou sinais.
Mas, acima de tudo, esses pequenos nadas são mero pretexto para ele se expandir, contrair, expandir, contrair, expan... - e sabe disso.
Finge que não sabe que às vezes pensa demais; prefere não pensar nisso.
Às vezes gosta de simplesmente sentir o frio chão e, com barulhentos fones castrantes da voz de sua própria cabeça, sorri. É só uma forma de defenestrar-se de si mesmo - também sabe disso, mas acha insuportável a idéia que traz.
Nem sempre é tão bom, não constantemente é tão mal; mas sempre é, no melhor possÃvel - pois não poderia ser diferente - modo de Ser.
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