INDIGNAÇÃO DIANTE À DOR

Lamentável o incidente ocorrido na grande São Paulo, região do ABC. Fomos surpreendidos com uma nova noticia sobre armas de fogo em escolas, a semelhança na escola do Rio de Janeiro. Infelizmente como educadora e professora entristeço-me diante da violência e selvageria disseminada sem critérios nenhum em todos os lugares. Um garoto de apenas dez anos pega uma arma do pai e comete tamanha atrocidade, com a professora e com sua própria vida, causando a fatalidade. Como estará a cabeça destes pais diante de tamanha dor?
Evidentemente que a profissão do pai requer arma de fogo, mas por que ter mais uma de uso particular, dentro de sua própria casa? Creio que enquanto critérios adequados não forem estabelecidos quanto às armas, estaremos sempre a mercê das tragédias. Os impostos e taxas são ridículos, igualmente como é o preço de certas bebidas alcoólicas, que giram em torno de um real ou menos. Se o individuo possui mais de 25 anos, comprova idoneidade e tem no bolso entre cem a trezentos e vinte reais, ele estará de posse das ditas armas de fogo. Cobram-se impostos tão altos em tantas mercadorias indispensáveis a nossa vida, nos coibindo a adquiri-las, mas quando se trata do perigo a nossa porta, relaxam as amarras. Isto é um absurdo!
E as escolas e professoras?!? Fazem cursos e mais cursos, especializações, etc., estão preparados com certeza, faço prova disso. Mas se a educação e a orientação não começar nos lares, de nada adiantará. Temos que parar com a visão utópica das chamadas Escolas mães, ou incubadoras, ou coisas parecidas, onde ao governo é dado todo o direito da educação, tirando a responsabilidade dos pais. Sei que com os avanços na pós modernidade, os pais tem que trabalhar em dobro, devido também aos altos custos da sobrevivência, mas isto não os exime da responsabilidade da educação, do diálogo e do compromisso que assumiram quando decidiram serem pais. Talvez esteja sendo severa demais na crítica, mas também lastimo que em um país tão rico como o nosso, a renda per capta seja tão baixa, Já está em tempo de uma das partes do casal ter uma renda digna, para que sobre tempo ao outro para uma atenção devida na criação dos filhos.
Também penso que não é justo colocar toda culpa nas profissionais da educação, que recebem um mísero salário e lecionam nas bases do amor. Valores estão sendo trocados, e quando digo valores, não estou somente falando dos éticos e morais, mas a mais valia da nossa moeda. A troca está sendo justa?Qual a compensação de um país que se alegra por um momento, se aliena e empurra para debaixo do tapete uma relação interminável das vítimas da violência por armas de fogo?Até quando????
As noticias estão estampas no Yahoo e outros meios de comunicação, ironicamente ao lado de outras, sobre pessoas que estão gastando valores exorbitantes com futilidades, fora as bandalheiras na nossa política, o cuidado excessivo com algumas diferenças e o desleixo com outros assuntos mais vitais. Mídia usada de forma errada.
Notícia como esta, que nos chocam, continuam sendo exploradas ao máximo, toma novos rumos, explode e depois cai na banalidade e esquecimento. No país do “pão e circo”, tudo acaba em pizza, trem da alegria, e a vida é tratada com um total desdém. O vale tudo, o show business, deve ser o agora e a lei do mais forte é a hipocrisia, e o vencer e vencer a qualquer custo. Afinal, se tiver cinco reais no bolso, você poderá comprar algumas cervejas e cair na bebedeira, matar no transito e esquecer que a pátria amada, muitas vezes não trata o filho tão gentilmente, mas coloca a arma em sua mão e diz: VAI!VOCÊ PODE TUDO!