BOREKA o Deus Criador do mundo para o povo Dessana entrega uma oca e um bastão, a cantoria, orações, plantas para sustentar a vida na Terra. Pajé Curandeiro Kissibi Sumu traz essa herança de tataravós e continua os estudos indÃgenas a partir do conhecimento ancestral. E repassa esse conhecimento para filhos e netos. Aos de fora é difÃcil, porque,segundo ele, não há como explicar tudo sem entender a lÃngua Dessana.
Os indÃgenas são mestres das plantas medicinais, a raiz a oração curam qualquer doença.
Cacique Anuiá Yawalapiti do Alto Xingu explica que todo esse processo de lidar com as plantas medicinais na cultura indÃgena, inclui o ato de pedir licença à natureza e à quele que a fez. A terra é viva, água é viva e a floresta também. Não tem como entrar e mexer sem pedir licença ao seu dono, a natureza não vai gostar.
A cultura krahô considera todos iguais, os mesmos sons e essa harmonia comprova que a Terra é a mãe de tudo, então tem que se abraçar a mãe Terra, fazer alegria, animação.
O benzedor, raizeiro, parteiro e grande defensor do cerrado, Seu João da cidade de Sancrerlândia em Goiás, afirma que o jejum é a base espiritual da cura. Conhece mais de 200 plantas medicinais no campo e faz um apelo:
- Respeitem o Cerrado em pé, a cultura, a floresta e a água estão se despedindo. Só um pouco de boa vontade, o governo não faz sozinho. Se juntar com honestidade o benzedor, parteiras, médico, juiz, escolas, tudo vai mudar.
Towê lÃder espiritual do povo Fulni-ô tem a ciência das ervas medicinais da caatinga de sua terra, em Pernambuco. Faz comprimidos de ervas, sementes e banhos espirituais a partir do que aprendeu com o pai e avós. Afirma que a cura não é feita por ele e sim pela Mãe Terra. Tem exemplos simples que passam despercebidos das pessoas, como a areia sobre a ferida grande tira a dor, banco de areia quente alivia o sofrimento de pessoa afetada por ferrão de arraia ou peixe; com o umbigo da bananeira pode se fazer um xarope; a aroeira é cicatrizante e assim por diante.
Vivemos em uma nova era, diz Tom das Ervas de Alto ParaÃso, GO; época de amor, fraternidade para a concretização do terceiro milênio, o reflexo disso proporciona a troca entre os seres. Urgente o conhecimento das plantas para cura de doenças, do que se deve comer ou não. A Ciência natural não enriquece por isso não é tão explorada, enquanto as outras fazem grandes fortunas.
Dona Domingas de São Jorge é parteira e raizeira , contudo afirma que age acordo com as orações que Deus ensinou, até as garrafadas devem ser produzidas com a ordem de Deus.
Dona Flor de Alto ParaÃso tem seu trabalho reconhecido em várias partes do Brasil. É benzedeira, parteira e raizeira. Se diz preparada espiritualmente para entender as doenças e tem muita fé em Deus para que suas orações sejam ouvidas.
O I Encontro de Raizeiros e Pajés da Chapada dos Veadeiros conseguiu juntar estudiosos, mestres tradicionais, curiosos, profissionais. Foram momentos de grande interação com a missão de resgatar a cultura ainda não conhecida ou esquecida dos grandes centros, levando os jovens a valorização dessas práticas, que sem dúvida, é a alternativa para a saúde do homem e do planeta.
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