AXUAPÉ KAYAPÓ MEBENGOKRÉ

Axuapé Kayapó Mebengokré nasceu na Aldeia Ã-aiukré, conforme a tradição foi para a Aldeia Moikarakô quando se casou, no casamento sempre o homem vai para a aldeia da mulher.

Como a maioria, Axuapé se sente preocupado com o futuro dos povos indígenas. Em sua aldeia ainda vivem de maneira tradicional e ensinam filhos e netos a continuidade da cultura.

Situada no Estado do Pará, distante da cidade, a Aldeia ainda é de matas preservadas, muitos animais silvestres, plantas medicinais, frutas e rios caudalosos com abundancia de peixes. Alimentação é base de mandioca, banana, batata, inhame e da caça.
A saúde é conservada com bons hábitos alimentares e físicos. Na aldeia todos acordam muito cedo, a partir das 2 h da manhã já levantam cantando e acordam todos os parentes para o banho no rio, comer e os afazeres. Homens na caça ou pesca, mulheres buscar água, lenha, mandioca e cuidar das crianças.
Os mais velhos tem a função de ensinar as crianças sobre os costumes dos antepassados.

O dia é bem movimentado numa aldeia, mas tudo com muito liberdade, sem regras ou imposições, um dia de cantos, risos, fogueiras e muitas brincadeiras, todos brincam, idosos, jovens e crianças. Antes de Piaget, Freire, os indígenas já sabiam que se aprende brincando...

Axuapé teme o futuro, quer que seus filhos estudem, aprendam tudo do branco, pois só assim poderão resistir as ameaças e manter a terra e a mata, patrimônio sagrado.

Pausadamente de cabeça baixa ele diz:

- Nossa comida vem do rio, da floresta. Branco vai encher a terra com Belo Monte, vamo perder floresta, caça, peixe...

Axuapé sabe que o "progresso capitalista" é o retrocesso de sua cultura, porém todos sabemos que é o retrocesso da humanidade.